Para as autoridades, o agente Evandro lavou em Portugal €18 milhões do traficante Roberley (que cumpre pena de 112 anos no Brasil)

Evandro Lopes da Silva intermediou a venda de jogadores a clubes dos escalões inferiores em Portugal e é suspeito de trabalhar para uma organização internacional de tráfico de droga. A sua defesa nega a pratica de qualquer crime.

As imagens difundidas pela Globo mostram um grupo de investigadores sentados numa ampla mesa de jantar decorada com bibelôs de aspeto caro. Estão a retirar informação de computadores, tablets e outros aparelhos eletrónicos. Naquela casa da cidade da Maia, no norte de Portugal, vive Evandro Lopes da Silva, um discreto empresário brasileiro que representa jogadores das camadas jovens do Vizela e do clube da terra onde vive, o Maia Lidador.

Para as autoridades brasileiras que lançaram a Operação Lavaggio IV no outro lado do Atlântico, Evandro Lopes da Silva, que vive na Maia com a mulher, é suspeito de lavar dinheiro de uma organização de tráfico de droga liderada por Roberley Eloy Delgado, um traficante condenado que cumpre 112 anos de prisão numa cadeia de alta segurança, mas que ainda assim continua a comandar as operações de tráfico e lavagem de dinheiro da organização.

Os investigadores acreditam que a quadrilha operava sobretudo no aeroporto de Guarulhos (São Paulo) e sustenta as suspeitas contra Lopes da Silva em escutas telefónicas. Alegadamente, o empresário terá enviado dinheiro para o Brasil que teve como destino contas controladas por Roberley Delgado.

Eduardo Maurício, advogado de Evandro Lopes da Silva, garante que o seu cliente “está à disposição da Justiça brasileira para qualquer contribuição em prol da busca da verdade real dos factos” e “nega todas as práticas de crimes que lhe são imputados”. Sobre o relacionamento com Roberley Delgado, o advogado admite que os dois se conheciam “superficialmente”, mas “não tinham qualquer ligação”.

De acordo com as autoridades brasileiras, Evandro Lopes da Silva terá lavado 100 milhões de reais (mais de 18 milhões de euros) para a organização de tráfico de droga, usando como veículo uma empresa de agenciamento de jogadores registada em Portugal – E.S Sports- e que negociou jogadores como Vinicius Santos, do Távora; Gabriel, do Maia Lidador; Gabirel Fraga, do Camacha e Davi Cabral, da equipa sub 23 do Vizela. Eduardo Maurício garante que a suspeita sobre a lavagem dos 18 milhões de euros “não é verdade”. “Inclusive Evandro não tem nenhum património financeiro condizente com esse quadro que colocam. Ele, é um empresário, agenciador e intermediário de jogador de futebol”, alega o advogado. 

Segundo a imprensa brasileira, A Polícia Federal de Campinas apreendeu e congelou os bens de Evandro Lopes da Silva no Brasil. Em Portugal, as autoridades apreenderam suportes digitais, mas não fizeram qualquer apreensão de bens ou de dinheiro. O suspeito é arguido no processo que está a ser investigado no Brasil e não é alvo da justiça portuguesa.

A polícia brasileira fez um total de 13 buscas no Brasil e suspeita igualmente da ligação da mulher de Evandro Lopes da Silva aos factos criminosos. No total, foram detidas nove pessoas no Brasil.

Fonte: https://expresso.pt/sociedade/justica/2023-11-30-Para-as-autoridades-o-agente-Evandro-lavou-em-Portugal-18-milhoes-do-traficante-Roberley–que-cumpre-pena-de-112-anos-no-Brasil–34dae5b9

Eduardo Maurício é advogado no Brasil, em Portugal e na Hungria. Doutorando em Direito – Estado de Derecho y Governanza Global (Justiça, sistema pena y criminologia), pela Universidad D Salamanca – Espanha. Mestre em direito – ciências jurídico criminais, pela Universidade de Coimbra/Portugal. Pós-graduado pela Católica – Faculdade de Direito – Escola de Lisboa em Ciências Jurídicas. Pós-graduado em Direito penal econômico europeu, em Direito das Contraordenações e em Direito Penal e Compliance pela Universidade de Coimbra/Portugal. Pós-graduado pela PUC-RS em Direito Penal e Criminologia. Pós-graduando pela EBRADI em Direito Penal e Processo Penal. Pós-graduado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Academy Brasil –em formação para intermediários de futebol. Mentor em Habeas Corpus. Presidente da Comissão Estadual de Direito Penal Internacional da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim). Membro da Association Internationale de Droit Pénal (AIDP) – International Association Penal Law. Membro da Associação Internacional de Direito Penal de Portugal (AIDP – PT) – International Association Penal Law – PT. Intermediário oficial da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

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