Andréa da Silva Ciacci recebeu a pena de 2 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. O advogado de defesa afirmou que irá entrar com um habeas corpus para o empresário responder o processo em liberdade.
A Justiça de São Paulo absolveu nesta quarta-feira (22) o italiano Andréa da Silva Ciaccio, preso desde junho, pelos crimes de estupro e cárcere privado contra a ex-companheira. Ele era acusado de mantê-la em cárcere privado por três meses na capital paulista.
O italiano era acusado de seis crimes: violência psicológica contra a mulher, lesão corporal em contexto de violência doméstica, estupro de vulnerável, estupro, cárcere privado e tráfico de drogas.
Ele foi condenado somente pelo crime de lesão corporal a 2 anos e 11 meses de prisão em regime fechado. A decisão é do juiz Leonardo Prazeres da Silva, da 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Santo Amaro.
Segundo o magistrado, não houve provas suficientes para sustentar todos os crimes denunciados pelo Ministério Público. O juiz ainda destacou que, em juízo, a própria vítima negou ter sido mantida em cárcere e violentada sexualmente, confirmando apenas as agressões físicas sofridas durante o relacionamento.
O juiz negou o direito de recorrer em liberdade, citando o fato de o réu ser reincidente e ter cidadania italiana, o que representaria risco de fuga do país.
O advogado Eduardo Maurício, que representa Andréa, comemorou a decisão e informou que irá entrar com um habeas corpus para o empresário italiano poder responder o processo em liberdade, “já que está sofrendo constrangimento ilegal com a detenção ilegal e abusiva”.
Além da pena de prisão, o italiano foi condenado a pagar indenização de R$ 8 mil à vítima.
O processo tramita em segredo de Justiça. O g1 não localizou a defesa da vítima.
Entenda o caso
Segundo a denúncia, os crimes teriam ocorrido entre janeiro e maio de 2025, na casa do italiano, no bairro Campo Belo, na Zona Sul da capital.
O Ministério Público afirmava que Andréa submetia a companheira a violência física, psicológica e sexual, dopava a mulher para abusá-la, a mantinha trancada e até a humilhava com pedidos de cunho sexual envolvendo um cachorro.
O caso chegou à polícia após uma denúncia feita por uma amiga da vítima. A testemunha enviou fotos e vídeos da mulher com lesões no rosto. Os policiais, então, montaram uma campana no local.
No momento da abordagem da Polícia Civil, ao perceber a chegada dos agentes, Andrea tentou fugir pelos fundos, mas foi contido por três policiais após resistência.
A vítima foi resgatada e conduzida à delegacia. A polícia encontrou 17 papelotes com substância semelhante à cocaína no quarto de Andrea, além de seu celular e carteira de habilitação.
O caso foi registrado na 2ª Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) como cárcere privado, lesão corporal, violência psicológica contra a mulher, violência doméstica, estupro de vulnerável, tráfico de drogas e resistência à prisão.
