Um italiano identificado na Justiça brasileira como Leonardo Badalamenti, e que viveu no Brasil por cerca de 26 anos sob identidades falsas (entre elas Ricardo Cavalcante Vitale e Carlos Massetti), foi condenado no Brasil por tráfico de drogas e pode cumprir a pena na Itália após pedido de transferência feito pela Justiça brasileira. Ele é filho de Gaetano Badalamenti, conhecido líder da Cosa Nostra ligado ao esquema “Pizza Connection”.
Em 2007, usando documento em nome de Carlos Massetti, Leonardo foi flagrado com 55 gramas de cocaína; a condenação por esse episódio resultou em pena de 5 anos e 10 meses. Desde então o caso virou um imbróglio jurídico internacional: ele saiu do Brasil, a extradição foi pedida pela Itália em 2009 e negada, e agora tramita o pedido para que a execução da pena seja transferida ao país natal — movimento comparado ao processo envolvendo o ex-jogador Robinho, cujo caso também envolveu cooperação jurídica entre Brasil e Itália.
Leonardo nega vínculos com a máfia e justifica o uso de documentos falsos como proteção: “Aí eu decidi utilizar esse documento para minha proteção, problema de espírito de conservação, para eu me proteger de eventuais riscos de vida.” Sobre a acusação de tráfico, disse: “Óbvio que não. Estou sendo acusado de ser traficante por causa de um saquinho.”
A defesa alega que a pena aplicada no Brasil é desproporcional e pede que seja considerado o benefício do tráfico privilegiado, além de sustentar que a responsabilização não pode recair por fato do sobrenome: “a conduta no direito penal deve ser individualizada.” Do lado da acusação, autoridades brasileiras pediram a transferência da execução da pena; a Itália ainda não respondeu formalmente.







