Um dos presos suspeito de aplicar golpes em brasileiros com falsos investimentos na Bolsa de Valores foi extraditado de Portugal para o Brasil ontem.
O que aconteceu
Eduardo Omeltech Rodrigues, 29, foi o primeiro dos suspeitos a ser extraditado. Ele chegou na tarde de ontem em um voo de Lisboa que pousou em Brasília.
O homem foi recebido pelo delegado do caso e outros agentes. ”Seja bem-vindo ao Brasil, para você acertar as contas com a Justiça brasileira e todas as vítimas que você fez aqui”, alertou o delegado a Eduardo.
O extraditado foi levado ao Complexo Penitenciário da Papuda. Ele ficará na ala federal e aguardará o processo em prisão preventiva. Os outros presos em Lisboa aguardam para serem extraditados.
As investigações duraram quase um ano e algumas vítimas perderam mais de R$ 1 milhão. ”Tiveram suas vidas prejudicadas por conta de dívidas e algumas delas fazem tratamento psicológico até hoje após quadro de depressão”, contou a Polícia.
O que diz a defesa
O advogado de Eduardo disse que ele era apenas um prestador de serviços de consultoria da empresa. Segundo Eduardo Maurício, o acusado está sendo alvo de perseguição e pesca probatória, não tendo praticado nenhum dos crimes pelos quais está sendo investigado.
A defesa tenta habeas corpus no STJ (Supremo Tribunal de Justiça). O advogado está pleiteando o recurso para uma revogação da prisão preventiva de Eduardo. “O acusado Eduardo Omeltech é presumido inocente na investigação em trâmite em Brasília, que sequer teve acusação/denuncia formal por parte do Ministério Público Federal.”
Relembre o caso
Três brasileiros foram presos em março do ano passado. Agentes do SEF (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) de Portugal se disfarçaram de pessoas em situação de rua para prender Eduardo Omeltech Rodrigues, 29, Victoria Miranda, 24, e Alan Cordeiro, 42.
A empresa com sede em Portugal aplicava golpes do mercado financeiro em brasileiros. O grupo se inspirava no filme ”O Lobo de Wall Street”, em que um corretor cria um império e enriquece de forma ilegal.
Ao menos 945 pessoas em todo o Brasil caíram no golpe. Os alvos eram pessoas de áreas nobres. O esquema ilegal movimentou cerca de R$ 16 milhões em seis meses, segundo a Polícia Civil do Distrito Federal.
A empresa funcionava em quatro endereços em Lisboa e 150 brasileiros trabalhavam no local. Os funcionários precisavam fazer 200 ligações por dia para captar clientes e se passar por corretores da Bolsa de Valores.
A vítima precisava baixar um aplicativo e o dinheiro depositado era desviado. A plataforma que supostamente monitorava o mercado financeiro era falsa e era usada para conectar o usuário a servidores da empresa.
Eduardo MaurIcio é advogado no Brasil, em Portugal, na Hungria e na Espanha. Doutorando em Direito – Estado de Derecho y Governanza Global (Justiça, sistema penal y criminologia), pela Universidad D Salamanca – Espanha. Mestre em direito – ciências jurídico criminais, pela Universidade de Coimbra/Portugal. Pós-graduado pela Católica – Faculdade de Direito – Escola de Lisboa em Ciências Jurídicas. Pós-graduado em Direito penal econômico europeu; em Direito das Contraordenações e em Direito Penal e Compliance, todas pela Universidade de Coimbra/Portugal. Pós-graduado pela PUC-RS em Direito Penal e Criminologia. Pós-graduando pela EBRADI em Direito Penal e Processo Penal. Pós-graduado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol) Academy Brasil –em formação para intermediários de futebol. Mentor em Habeas Corpus. Presidente da Comissão Estadual de Direito Penal Internacional da Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim). Site: www.eduardomauricioadvocacia.com